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FISIOLOGIA DA ADAPTABILIDADE HUMANA

Como o corpo humano reage exposto a baixas temperaturas

A temperatura normal (normotermia) do corpo humano gira em torno de 37° C, para que as funções metabólicas do corpo  funcionem corretamente (BRAZ, 2005).

A manutenção da temperatura é regularizada no corpo humano pelo sistema nervoso autônomo (SNA), que possui termorreceptores por todo corpo, além de um centro integrado de impulsos térmicos e um sistema de resposta. Esse centro de controle está localizado no hipotálamo, que regula a temperatura corporal por meio desses impulsos térmicos que chegam até ele (BRAZ, 2005).

O hipotálamo é dividido em duas regiões, a anterior e a posterior. Na região anterior as informações dos impulsos são processadas, na posterior são dadas as respostas a tais impulsos. Temperaturas acima ou abaixo de 36,7 e 37,1 °C desencadeiam a reposta do SNA (fig. 1). 

 

fig. 1 

Retirada de Revista Neurociências

No presente artigo serão tratado assuntos pertinentes à hipotermia no corpo humano, que é definida quando a temperatura do corpo cai abaixo de 36 °C. 

Quando a temperatura corporal atinge o ponto de hipotermia e as terminações nervosas do SNA detectam tal fato vários mecanismos de ajuste são ativados. 

A hipotermia pode ser classificada em leve, moderada e severa: 

  • ​leve: há sensação de frio, tremores, letargia, pele gelada e extremidades corporais com colorações que vão de cinza a roxo;

  • moderada: os tremores diminuem e se incia o posição de prostração. Há mudança de humor, desorientação, rigidez muscular, alteração da fala e da memória e desregularidade da frequência cardíaca. 

  • severa: inconsciência, imobilidade, pupilas dilatadas, diminuição da frequência respiratória e cardíaca, a ponto desta ultima não ser perceptível. Risco iminente de morte. 

Para que o organismo não chegue ao nível de hipotermia severa o corpo aciona seus mecanismos, que são influenciados pelo tamanho do corpo. Animais maiores tendem a se aquecer mais lentamente do que animais menores, sendo esse fenômeno conhecido por inércia térmica. A coloração da pele também influencia, levando em consideração a absorção de raios curtos de luz, sendo a cores de pele mais escuras capazes de absorver mais raios de luz nessa frequência.  

Além de tais fatores influenciarem na absorção ou perda de calor, o corpo possui vários mecanismos para auxiliar na homeostase da temperatura. 

A primeira reação do corpo é a vasoconstrição pois a pele é o principal local de troca de calor com o meio ambiente (KHAN ACADEMY, 2008). A diminuição da calibragem dos vasos afasta a circulação da pele, diminuindo o fluxo sanguíneo e a perda de calor para o ambiente (fig. 2). Devido à diminuição do fluxo sanguíneo, os batimentos cardíacos diminuem também.  

 

fig. 2

Retirada de pt.khanacademy.org

Outro mecanismo é a troca de calor contracorrente, que funciona por meio de troca de calor entre vasos sanguíneos mais quente e outros mais frios. Geralmente as artérias que irrigam o corpo ficam lado a lado com veias, que levam o sangue cheio de gás carbônico para ser oxigenado. Quando o sangue arterial desce para regiões inferiores, passa pelo sangue que sobe e direção ao coração, dispersando calor e, assim, aquecendo "por tabela" o sangue venoso de temperatura mais baixa (fig. 3).

fig. 3

Retirada de pt.khanacademy.org

Outra ação decorrente da diminuição da temperatura corporal é a contração muscular que desencadeia tremores, gerando energia mecânica e aumentando a temperatura corporal.

O sangue, em momentos de hipotermia moderada a severa tende a circular menos nas extremidades do corpo e se concentrar mais na região central, onde os órgãos vitais e vísceras se encontram. Por esse motivo é muito comum, em estados de hipotermia severa, o nariz ou dedos se desprenderem do corpo, pois a circulação nesses locais e nesses momentos está diminuída. 

O isolamento térmico por meio de penas, pelos e gordura também é um mecanismo para proteção à baixas temperaturas, por esse motivo os pelos do corpo arrepiam quando temos calafrios, por exemplo, para que se forme uma barreira cinética que impedi ou diminui a chegada de ar gelado à superfície corporal e diminui a troca de temperatura do corpo com o meio (KHAN ACADEMY, 2008). 

BIBLIOGRAFIA

José Reinaldo Cerqueira Braz. Fisiologia da termorregulação normal. Revista Neurociências, São Paulo, Volume 13, fascículo 3, pág. 12-17, jul/set 2005. 

USP - Departamento de Fisiologia. Fisiologia da termorregulação, 2004. Retirado de: <http://www.ib.usp.br/~rbrandt/EL/fisiologia.htm> Acesso em: 09/05/2019. 

Khan Academy. Estratégias de controle de temperatura, 2008. Retirado de: <https://pt.khanacademy.org/science/biology/principles-of-physiology/metabolism-and-thermoregulation/a/animal-temperature-regulation-strategies>. Acesso em: 10/05/2019

 

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